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Professores da UFVJM colaboram para reconhecimento pela FAO/ONU de sistema agrícola tradicional

publicado: 31/05/2022 14h50, última modificação: 31/05/2022 14h56
Reconhecimento foi recebido em Brasília, no dia 10 de março de 2020

Os professores do Departamento de Agronomia/FCA, Claudenir Fávero e Maria Neudes Souza de Oliveira, da UFVJM,  colaboraram na elaboração do  dossiê técnico-científico TRADITIONAL AGRICULTURAL SYSTEM IN THE SOUTHERN ESPINHAÇO RANGE, MINAS GERAIS, BRAZIL (Sistema Agrícola Tradicional na Serra do Espinhaço Meridional, Minas Gerais, Brasil)  que possibilitou que as comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas da região de Diamantina, MG, recebessem, no dia 10 de março de 2020, em Brasília, um certificado de reconhecimento da FAO (Food and Agriculture Organization), órgão da ONU (Organizações das Nações Unidas) denominado Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial - SIPAM (GIAHS na sigla em inglês).

De acordo com o professor Claudenir, o reconhecimento se deu via sociedade civil, “por meio da Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas (CODECEX) que demandou da academia ajuda no sentido de viabilizar a candidatura.

Segundo o professor Claudenir, a relevância do reconhecimento para a UFVJM está em “ter contribuído, a partir dos dados de pesquisas realizadas junto ao Sistema Agrícola Tradicional das Comunidades Apanhadoras de Flores Sempre-vivas, para o primeiro sistema brasileiro a ser reconhecido como SIPAM, nos colocou na vanguarda desse tipo de reconhecimento junto a FAO/ONU

Por ser uma proposta interinstitucional, integraram ainda a equipe de elaboração do dossiê os pesquisadores e professores Fernanda Testa Monteiro (USP), Aderval Costa Filho (UFMG), Gustavo Taboada Soldati (UFJF) e Reinaldo Duque Brasil Landulfo Teixeira (UFJF).

  

 

O que é SIPAM

O conceito de Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM) é diferente e mais complexo do que um local de patrimônio convencional ou área protegida. SIPAM é um sistema vivo de co-evolução das comunidades humanas em relacionamento complexo com seu território, paisagem ou ambiente social biofísico, no sentido mais amplo. Os seres humanos com seus conhecimentos tradicionais e suas atividades de manutenção de seus modos de vida têm continuamente se adaptado às potencialidades e limitações do meio ambiente e também moldaram a paisagem e o ambiente biológico em diferentes graus o que lhes garante conservação e continuidade.

“Esse reconhecimento pela FAO/ONU coloca essas comunidades em um patamar diferenciado pela importância de seus modos de vida e pelo patrimônio de agrobiodiversidade que conservam, e abre caminho para que outros sistemas agrícolas brasileiros busquem esse reconhecimento. Por outro lado, coloca para os poderes públicos e para toda a sociedade a necessidade de ações e medidas de cuidado e proteção à esse patrimônio de importância global”, informa o professor.

O GIAHS

A fim de salvaguardar e apoiar os sistemas de patrimônio agrícola mundial, em 2002, a FAO iniciou uma iniciativa para a conservação dinâmica de sistemas de patrimônio agrícola de importância global (GIAHS). A Iniciativa GIAHS promove a compreensão pública, conscientização, reconhecimento nacional e internacional dos sistemas de Patrimônio Agrícola. Buscando salvaguardar os bens e serviços sociais, culturais, econômicos e ambientais que estes fornecem aos agricultores familiares, pequenos produtores, povos indígenas e comunidades locais, a iniciativa promove uma abordagem integrada que combina agricultura sustentável e desenvolvimento rural. (Fonte: https://www.fao.org/giahs/become-a-giahs/en/)

 

Para conhecer o dossiê na íntegra, acesse: https://www.fao.org/3/ca8121en/ca8121en.pdf