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Pesquisadores da UFVJM conquistam destaque com estudo sobre qualidade de vida de internados por covid-19
O artigo The Health-Related Quality of Life in Patients with Post-COVID-19 After Hospitalization: a systematic review, publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), demonstrou que de 15 a 51% dos pacientes com covid-19, que necessitaram ser hospitalizados, apresentaram redução da qualidade de vida. A pesquisa é fruto de parceria entre a Residência em Fisioterapia na Saúde Coletiva, alunos da graduação em Fisioterapia e mestrado em Reabilitação e Desempenho Funcional, todos da UFVJM, e ganhou destaque em diversos veículos da mídia nacional, desde essa segunda-feira (28/3), quando foi publicado pela revista.
De acordo com o coordenador da Residência em Fisioterapia na Saúde Coletiva da UFVJM e um dos autores do estudo, professor Henrique Silveira Costa, o principal objetivo da pesquisa foi verificar, por revisão sistemática da literatura, a qualidade de vida dos pacientes pós-covid-19 após a alta hospitalar e seus determinantes. “A ideia central do estudo surgiu da observação clínica dos residentes em relação à qualidade de vida dos pacientes no pós-covid-19 durante as visitas domiciliares. Para investigar a qualidade de vida desses pacientes, os residentes realizaram revisão da literatura nas principais bases de dados”, afirma o professor.
Ao todo, o estudo levou em conta, para análise, 24 artigos, publicados entre os anos de 2020 e 2022. E, no total dos estudos analisados, 5.225 pacientes pós-covid foram avaliados, considerando os aspectos físicos, mentais e sociais. Entre os sintomas mais relatados pelos pacientes, segundo a pesquisa, estão dor, desconforto, ansiedade e depressão.
O pesquisador destaca, como resultados da pesquisa, que a qualidade de vida, em pacientes pós-covid-19, foi comprometida tanto nos aspectos físicos (presença de dor e desconforto) como mentais (ansiedade e depressão). “Entre os fatores associados à pior qualidade de vida, destacam-se o sexo feminino e a idade. Outros fatores também foram citados, como o tempo em ventilação mecânica invasiva, número de comorbidades, histórico de tabagismo e presença de diabetes, doença renal e insuficiência cardíaca”, detalha Henrique.
Em relação ao sexo dos pacientes, o pesquisador destacou que o estudo revelou que "foram os homens que necessitaram mais de hospitalização, apresentavam uma forma clínica mais grave e fatal da doença. Já as mulheres cursavam para uma pior qualidade de vida meses após a alta". Sobre a idade, “a literatura trouxe que a idade avançada contribui muito para uma recuperação mais lenta da saúde tanto física como mental desses pacientes”.
A pesquisa também revelou que a qualidade vida, pós-covid, pareceu pior em pacientes internados na unidade de terapia intensiva do que em aqueles que permaneceram na enfermaria. Como, de acordo com o artigo, os sintomas em pacientes pós-covid-19 que necessitam de hospitalização podem persistir por meses, afetando significativamente sua saúde e qualidade de vida, para Henrique os resultados desse estudo podem “auxiliar na identificação de pacientes mais vulneráveis a apresentarem pior qualidade de vida e direcionar ações mais eficazes para esses pacientes”.
Todos os resultados da pesquisa podem ser verificados na íntegra no artigo.
Por Diretoria de Comunicação Social