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UFVJM formaliza parceria com Companhia Brasileira do Lítio e busca fortalecimento de políticas interinstitucionais
Breve histórico
Estudos da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), do Serviço Geológico do Brasil, revelou novas reservas de lítio no Vale do Jequitinhonha. Quanto à importância estratégica deste projeto para Minas Gerais, além de atrair investimentos, a descoberta pode trazer um desenvolvimento regional e geração de empregos aos moradores da região, de acordo com a diretora de Desenvolvimento Sustentável na Mineração de Minas e Energia, Maria José Salum. Para o vice-governador Paulo Brant, o estudo abre novas possibilidades, mas “é preciso que o governo estadual invista” para que os pesquisadores prossigam com o projeto. Neste sentido, através da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), o governo do estado adquiriu 33% da Companhia Brasileira de Lítio (CBL) e estabeleceu parceria com a empresa britânica Oxis Energy. Vale destacar que a CBL atua na região há muitos anos e novas reservas de lítio foram descobertas em 2017, o que atraiu novos investidores na exploração dessa nova riqueza conhecida como ‘petróleo branco’.
Paralelamente ao surto da pandemia, um dos assuntos que despertou a mídia regional ao longo de 2020 foram os debates acerca da exploração do lítio no Médio Jequitinhonha, onde estão concentradas 85% das reservas do Brasil, principalmente nos municípios de Araçuaí, Berilo, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, José Gonçalves de Minas e Virgem da Lapa. O lítio explorado no Vale do Jequitinhonha tem sido transportado para o parque industrial da montadora Mercedez-Benz, em Juiz de Fora, onde se instalou a primeira fábrica de células de baterias de lítio-enxofre do mundo, com previsão de produção em grande escala a partir de 2023. Este fato desagradou muita gente, pois a matéria-prima do Vale do Jequitinhonha vai agregar valor lá na região da Zona da Mata, o que remete a um histórico do Brasil-colônia, quando as riquezas brasileiras cruzaram terras e mares deixando a pobreza na região explorada.
Por outro lado, o Brasil ainda não possui tecnologia ou interessados para dar prosseguimento na sua cadeia produtiva, geradora de lítio metálico. No estágio atual, a rocha bruta é exportada e transformada em concentrado de lítio em outros países, principalmente na China. O lítio brasileiro é considerado um dos melhores do mundo, minerado com teor de 1,47% - índice que pode chegar a 6% após o beneficiamento.
A multinacional Sigma está com projetos na região de Araçuaí e Itinga, com previsão de investimentos na ordem de R$ 500 milhões, envolvendo pesquisa, investimento na planta e repasse aos municípios referente à Compensação Financeira de Recursos Minerais (CFEM), razão pela qual os prefeitos de 17 municípios têm debatido junto aos governos estadual e federal a criação do parque industrial de beneficiamento do lítio na região e outras reivindicações envolvendo a segurança da exploração mineral. Eles pretendem atrair para a região empresas de baterias para carros elétricos, celulares e tablets que venham beneficiar o lítio, agregando valores e desenvolvimento para a região.
Para tanto, precisa-se superar a logística e trazer indústrias para a região, mediante a concessão de benefícios fiscais, inclusive isenção de ICMS, ou seja, estabelecer uma política tributária específica pelo estado, construção de gasoduto para chegar a energia no parque industrial, dentre outras iniciativas. Isso requererá ampla articulação entre políticos e instituições federais, estaduais, municipais e a iniciativa privada, no que corroboram os membros da Frente Parlamentar em Defesa da UFVJM (Reitor agradece parlamentares pela destinação de emendas à UFVJM em 2020)
Contrapartidas da UFVJM
No escopo de contribuir com esta temática de grande relevância para o nosso Vale do Jequitinhonha, o reitor da UFVJM, Janir Alves Soares, através da Portaria No 1408, de 21/07/2020, criou a Comissão Institucional da Cadeia Produtiva do Lítio, envolvendo docentes e pesquisadores dos campi de Diamantina, Janaúba, Teófilo Otoni e Unaí. O grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências, Engenharia e Tecnologia (Icet) - Campus do Mucuri estabeleceu parcerias com a CBL, através do diretor-superintendente, Vinicius Alvarenga, visando aproveitar rejeitos da produção de hidróxido de lítio em diversas aplicações na indústria e com isso reduzindo o impacto ambiental desses subprodutos, bem como melhorando as propriedades de outros produtos industrializados. Os pesquisadores Jairo Lisboa Rodrigues e Cristiano Agenor Oliveira de Araújo são os coordenadores dos projetos, que contam com recursos financeiros da CBL e nos quais participarão estudantes de graduação e pós-graduação, com bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado. Além disso, a CBL tem recebido estudantes da UFVJM em sua empresa para estágios curriculares obrigatórios. A expectativa é de uma ampla parceria entre a UFVJM e a CBL, contemplando as diversas áreas de conhecimento, envolvendo toda a cadeia produtiva do lítio, gerando novo conhecimento e, principalmente, promovendo um concreto desenvolvimento social sustentável.
“Em termos de políticas de desenvolvimento, a Reitoria da UFVJM tem estreitado diálogos com o Governo do Estado de Minas Gerais (Figura 1); parlamentares federais (Figura 2); prefeitos (Figura 3); diretorias do governo de estado, a exemplo do Idene (Figura 4); Ministério de Meio Ambiente (Figura 5); Ministério do Desenvolvimento Regional (Figura 6) e sua Assessoria Especial (Figura 7), e Ministério do Tribunal de Contas da União (Figura 8), por consolidação de políticas interinstitucionais de desenvolvimento mesorregional, temática do II Fórum de Desenvolvimento UFVJM 2021 que acontecerá na região do Médio Jequitinhonha”, afirma o reitor.
Figura 1. Reitor Janir Alves Soares com o vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant, e com o Assessor Especial de Enlace com o Governo Federal, Coronel Carlos Henrique Guedes (Foto: Flávia Cesar / Dicom-UFVJM)
Figura 2. Reitor Janir Alves Soares, prefeito de Diamantina, Juscelino Brasiliano Roque, Ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, senador Carlos Alberto Viana e deputado federal Zé Silva
Figura 3. Reitor Janir Alves Soares esteve com o prefeito de Itamarandiba, Luiz Fernando Alves, presidente do CIIAMAJE, em reunião no CISAJE, em Diamantina (Foto: CIIAMAJE)
Figura 4. À esquerda do reitor Janir Soares, estão o assessor Especial do Governo do Estado de Minas Gerais, Coronel Guedes, e o diretor-geral do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), Nilson Pereira Borges. À direita, estão o assessor parlamentar Luiz Henrique e o diretor regional do Idene-Região de Diamantina, Wander Baracho (Foto: Flávia Cesar / Dicom-UFVJM)
Figura 5. Ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, deputado Zé Silva e prefeito de Diamantina, Juscelino Roque, em cordial vista ao reitor Janir Alves Soares
Figura 6. Reitor Janir Alves Soares e ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Rogério Marinho, durante o lançamento do Programa Águas Brasileiras, realizado em Diamantina (Foto: Flávia Cesar / Dicom-UFVJM)
Figura 7. Reitor Janir Alves Soares e pró-reitor de Extensão e Cultura da UFVJM, Marcus Vinicius Carvalho Guelpeli, em reunião no MDR, com o assessor Especial do Ministro Rogério Marinho, professor Aldo Aloísio Dantas da Silva
Figura 8. Reitor Janir Alves Soares e ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), durante o lançamento do Programa Águas Brasileiras, realizado em Diamantina (Foto: Flávia Cesar / Dicom-UFVJM)