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Pesquisa sobre lítio de aluna da UFVJM será aperfeiçoada na Polônia

A mestranda Gabriela em laboratório da UFVJM no Campus do Mucuri (Foto: Arquivo Pessoal)
Com o propósito de reforçar o processo de internacionalização dos cursos de pós-graduação da UFVJM, mestrandos e doutorandos, bem como seus orientadores, participam de diferentes processos seletivos para intercâmbio com universidades estrangeiras de vários países. A mais recente conquista nesse sentido foi o projeto da estudante Gabriela Gonçalves dos Santos, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Ambiente e Sociedade (PPGTAS), do Campus do Mucuri da UFVJM, em Teófilo Otoni.
O projeto de pesquisa da aluna, orientada pelo professor Gláucio Ferreira Loureiro e intitulado Uso de Machine Learning para Avaliação de Produções Futuras de Baterias com Base na Extração de Lítio: um enfoque na transição energética e na cadeia produtiva mineral do Brasil foi aprovado para ser aperfeiçoado na Universidade de Cracóvia (AGH, Kraków), na Polônia. A proposta busca compreender como o aumento da produção nacional de lı́tio pode contribuir para atrair investimentos em fábricas de baterias, ampliando o protagonismo do Brasil na geopolı́tica energética e impulsionando a industrialização sustentável.
Segundo prof. Gláucio, a escolha da AGH University of Kraków (Akademia Gó rniczo-Hutnicza) como instituição de destino para o intercâmbio é altamente estratégica. “A universidade possui tradição e excelência em áreas de mineração, geociências e tecnologias aplicadas à exploração mineral, alinhando-se diretamente com os objetivos do projeto. Além de abrigar centros de pesquisa especializados em mineração sustentável, processamento de minérios crı́ticos e inovação tecnológica que dialogam com o uso de inteligência artificial e métodos preditivos de avaliação de reservas minerais, núcleo central da pesquisa desenvolvida pela aluna”, afirma o professor.
Contexto e potencial do setor mineral polonês
De acordo com o professor Gláucio, o artigo da AzoMining afirma que a Polônia apresenta um setor minerário consolidado e diversificado, com destaque para carvão, cobre, prata, rênio e outros minerais de importância econômica e tecnológica. Em 2022, o setor alcançou um valor estimado em US$ 36,2 bilhões, representando aproximadamente 7% da produção da União Europeia. Esse cenário mostra a robustez da mineração polonesa e sua relevância como estudo de caso comparativo para o Brasil, que também busca consolidar-se como referência global na produção de lı́tio e na cadeia de baterias.
Conexões do intercâmbio com o projeto do PPGTAS
O intercâmbio conquistado por Gabriela permitirá a ela explorar três dimensões fundamentais do seu projeto:
- Aplicações de Machine Learning na mineração por meio do contato com bancos de dados europeus sobre mineração e energia, o que possibilitará novas modelagens preditivas, enriquecendo os algoritmos desenvolvidos no Brasil;
- Estudos comparativos entre Brasil e Polônia para análise das práticas polonesas, o que permitirá identificar como polı́ticas públicas, legislação e inovações tecnológicas podem ser adaptadas ao contexto do Vale do Jequitinhonha, principal região de produção de lı́tio no Brasil;
- Análise do cenário de sustentabilidade e transição energética pelo qual a Polônia está passando, ao mesmo tempo em que é dependente de carvão e está em processo de transição para fontes renováveis, o que oferece um paralelo interessante para o estudo do lı́tio como mineral crı́tico para baterias e veı́culos elétricos.
Para o orientador de Gabriela, o intercâmbio trará não só benefícios acadêmicos e científicos diretos para a pesquisadora como capacitação, permitindo o acesso a técnicas de prospecção, avaliação de reservas e uso de softwares avançados de geologia e mineração, além de integração com pesquisadores europeus, com potencial de co-orientação e publicações conjuntas compondo uma rede de colaboração internacional. “É uma oportunidade de validarmos nossas metodologias, como testar algoritmos de machine learning com dados reais da mineração polonesa, além de conhecermos por meio de uma visão ampliada as polı́ticas públicas e diretrizes europeias para mineração crı́tica e energia limpa”, afirma Gláucio.
Para Gabriela, o intercâmbio na Universidade de Cracóvia representa uma oportunidade singular de fortalecer seu projeto sobre lı́tio, baterias e transição energética. “Ao associar a realidade brasileira - marcada pela exploração do Vale do Jequitinhonha e pelo potencial do paı́s em se tornar referência mundial em baterias - com a experiência polonesa, a pesquisa se tornará mais robusta, interdisciplinar e internacionalizada”, conclui.
Por Diretoria de Comunicação Social