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Congregação da FCA e reitoria debatem demandas relevantes da unidade acadêmica

publicado: 29/03/2023 11h45, última modificação: 29/03/2023 13h31
Projetos integrados transformarão as unidades especiais de ensino em ambiente de empreendedorismo

Desde o início da gestão a reitoria tem realizado reuniões ampliadas com a direção da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) para planejar investimentos com metas de recuperar indicadores de ensino, receita própria, incentivar o empreendedorismo, fomentar cadeias produtivas e viabilizar a chegada dos produtos das fazendas experimentais ao restaurante universitário - RU do Campus JK.

O trabalho foi iniciado na gestão do diretor Wellington William Rocha e do vice-diretor Lucas da Costa Santos. Com a nova direção da FCA, a reitoria tem buscado continuidade dos assuntos e já realizou reunião com a Prefeitura de Curvelo (Figura 1) e reunião no Centro de Pesquisa em Ciências Agrárias (CPCA), em Couto de Magalhães de Minas, com a representantes da Prefeitura Municipal desta cidade e da Fundação Caio Martins (FUCAM).

Reunião da UFVJM com a Prefeitura Municipal de Curvelo: diretor da FCA, prof. Joerley; superintendente da
SUPERAGRO, Josimar Rodrigues; reitor Janir Soares e o representante da
Prefeitura de Curvelo, Luiz Paulo, em 23/02/2023


Nesse sentido, para a continuidade dos planos, a reitoria solicitou uma reunião ampliada com a Congregação dessa FCA. Inicialmente, o reitor Janir Alves Soares exaltou o papel da FCA como pedra fundamental na construção do Campus JK quando da transformação das Faculdades Federais Integradas de Diamantina (FAFEID) em Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Hoje a FCA possui três cursos de graduação (Agronomia, Engenharia Florestal e Zootecnia) já consolidados e três programas de pós-graduações (Engenharia Florestal, Produção Vegetal e Zootecnia) muito bem-sucedidos.

Não obstante, a progressiva redução dos recursos do orçamento para as universidades requer do gestor iniciativas alinhadas às perspectivas econômicas e as demandas do mercado de trabalho, de maneira a criar trajetória de formação profissional bem-sucedida, com alta taxa de diplomação e, sobretudo, de empregabilidade para os nossos cursos. Nos últimos anos o Brasil tem despontado mundialmente no agronegócio. Logo, investir em cadeias produtivas e no empreendedorismo torna-se um caminho muito promissor, assim como inserir essas práticas na vivência do estudante de Ciências Agrárias.

Conforme ilustrado nas Figuras abaixo, nesses 20 anos a comunidade acadêmica da FCA conquistou uma importante infraestrutura de ensino. Todavia, um fator desafiador tem sido a sua manutenção e o funcionamento.

Imagem aérea do que, administrativamente, denominamos como Fazenda Experimental JK, em Diamantina, onde estão
localizados os setores de produção animal (apicultura; aquicultura; avicultura de corte e de postura; coturnicultura; fábrica de ração; gado de leite;
suinocultura e tenébrios) e produção vegetal - cafeicultura; campo forrageiro; cereais, grãos e culturas anuais; compostagem; fruticultura;
olivicultura e viveiro de mudas florestais (Foto: Adaptado de Rafael Alvarenga Almeida)

 

Criação de Galinhas Poedeiras, na Fazenda Experimental JK (Foto: Josimar Rodrigues Oliveira)

 

Confinamento Compost Barn de Bovino de Leite, na Fazenda Experimental JK, em Diamantina (Foto: Josimar Rodrigues Oliveira)

 

Colheita de milho crioulo realizada em fevereiro de 2023, na Fazenda Experimental Rio Manso, em Couto de Magalhães de Minas:
a matéria verde colhida foi transportada e ensilada em Diamantina para atender parcialmente as demandas de alimentação
dos Bovinos de Leite (Foto: Fernando Coelho Eugênio)

 

Produtos agropecuários de atividades de ensino, pesquisa e extensão da Fazenda Experimental Rio Manso, em Couto de Magalhães de Minas,
sendo comercializados via Empório, em Diamantina (Foto: Josimar Rodrigues Oliveira)

 

Setor de Ovinocultura de Corte, localizado na Fazenda Experimental do Moura, em Curvelo (Foto: Josimar Rodrigues Oliveira)


Do orçamento de 2019 da UFVJM, no valor de aproximadamente R$290 milhões, um somatório de R$40.827.730,67 foi destinado às despesas com pessoal efetivo, serviços terceirizados e material de consumo para o funcionamento e manutenção de toda a Unidade Acadêmica FCA. Desse montante, a Matriz OCC contribuiu com R$2.413.568,79 milhões, valor este muito aquém das atuais despesas da FCA. Esse desequilíbrio precisa ser sanado, mas pensando não em reduzir do orçamento e prejudicar o ensino, mas pelo contrário, investir no ensino para recuperar o orçamento, enfatiza o reitor.

A reitoria tem demonstrado transparência na gestão do orçamento com a finalidade de induzir contrapartidas colegiadas que fortaleçam as iniciativas das unidades acadêmicas no seu todo. Isso requer diagnóstico, planejamento e projetos bem elaborados, visando, sobretudo, recuperar indicadores de ensino.

No caso da FCA, um ponto focal é o curso de Zootecnia, pelo seu peso específico e valor do aluno equivalente, pois na Matriz OCC anteriormente citada, em 2019 o curso de Agronomia contribuiu com R$660.550,22; o Curso de Engenharia Florestal com R$630.382,10; enquanto o curso de Zootecnia sozinho somou R$1.122.636,47 para a matriz da FCA.

Ao longo de 20 anos a FCA expandiu sua infraestrutura de laboratórios, equipamentos e adquiriu tecnologias também; todavia, conforme consta no estudo de distribuição do orçamento da UFVJM, os recursos captados pelo valor do total aluno equivalente estão aquém do necessário para manter todas as instalações de ensino, pesquisa e extensão da FCA no Campus JK, bem como àquelas desenvolvidas nas Fazendas Experimentais do Moura (Curvelo) e Rio Manso (Couto de Magalhães de Minas), na situação atual. Cabe frisar que em dois anos aproximadamente, se for mantida a tendência de cortes e contingenciamentos no orçamento, a FCA poderá ter um colapso em vários de seus setores, pois os atuais recursos do Campus JK serão remanejados para o ICA, algo em torno de 2,5 milhões, mediante a instalações do hospital veterinário. Portanto, medidas preventivas precisam ser implementadas, visando recuperar a capacidade de investimento da FCA perante seu interesse em conquistar sustentabilidade. Isso já foi informado pela reitoria e esse assunto deve ser tratado como matéria de alta prioridade!

Após ampla explanação dessa situação, com as dificuldades para implantação de projetos nas fazendas, a falta de recursos, mas levando-se se em conta o enorme potencial da FCA, a reitoria adotou a estratégia de valorizar o potencial instalado, investindo nas unidades especiais de ensino, setores produtivos, propondo projetos de ensino integrados em nível de cadeias produtivas, ou seja, criando condições para um ambiente empreendedor e sustentável.

Para fazer isso acontecer a reitoria:

      1. Respeitou e procurou executar o constante no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2017-2021, buscando a prorrogação da concessão de direito real de uso da Fazenda Experimental do Moura, por mais 20 anos, que foi concretizado por meio da Lei Municipal n. 3.366/2020;
      2. Finalizou as obras do Centro de Pesquisa em Ciências Agrárias (CPCA), em Couto de Magalhães de Minas; e
      3. Está investindo para otimizar os setores de ensino de maneira que os excedentes de produção sejam comprados pela Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos e Estudantis (Proace), com recursos do PNAES e servidos nos bandejões do Restaurante Universitário (RU) do Campus JK.


Para isso funcionar e ter sucesso foi necessário criar uma estrutura administrativa para apoiar tais projetos e a Divisão de Fazendas, anteriormente vinculada à Diretoria de Administração da Pró-Reitoria de Administração (Proad) tornou-se a Superintendência de Produção Agropecuária das Fazendas Experimentais (Superagro), a qual tem contribuído para planejar, organizar, padronizar e executar as demandas dos setores de produção animal e vegetal com eficiência, eficácia e otimização no uso do recurso orçamentário, auxiliado bastante os diretores das unidades acadêmicas, chefes dos departamentos e os coordenadores dos cursos, conforme esclarecimentos do Superintendente Josimar, uma vez que esse setor, nos dias de hoje, atua como estrutura de apoio para o desenvolvimento de atividades acadêmicas para além da FCA, contemplando também aquelas desenvolvidas pelo Instituto de Ciências Agrárias (ICA), no âmbito da Fazenda Experimental Santa Paula, em Unaí.

O professor Leonardo da Silva Fonseca, da Diretoria de Produtos e Serviços (DPS) informou que está em debate no Conselho Universitário (Consu) a minuta de resolução sobre prestação de serviços, uma matéria de amplo interesse de muitas unidades acadêmicas da universidade. Portanto, a criação dessas duas estruturas organizacionais, inicialmente, fortalecem e potencializam os setores de ensino da FCA.

Interface de atuação SUPERAGRO-DPS: A Superintendência presta apoio técnico, operacional e orçamentário para funcionamento e
manutenção dos diversos setores de produção animal e vegetal até o momento que gerou algum produto agropecuário e a etapa de destinação
desse torna-se responsabilidade da Diretoria de Produtos e Serviços, que define se será encaminhado para aula prática de outros cursos,
restaurante universitário, comercialização via Empório, realização de leilão, entre outras alternativas legais (Arte: Josimar Rodrigues Oliveira)


Após essa contextualização, passou-se a debater os pontos específicos da pauta.
O diretor Joerley Moreira ponderou da necessidade de avaliar a FCA como um todo, buscando atender as demandas de rotina, onde tem-se muita necessidade de manutenção, com pequenas obras de adequações, melhoria de abastecimento de água e energia elétrica nos setores, dentre outras coisas consideradas urgentes.
O prof. Wellington Rocha ponderou acerca das dificuldades que a universidade enfrentou para avançar com as atividades na Fazenda Experimental do Moura ao longo desses 20 anos; contudo, percebe um maior empenho da reitoria em envolver a FCA, a Prefeitura de Curvelo e a iniciativa privada nos projetos e, que a FCA tem participado de reuniões de trabalho, em Curvelo, com essa finalidade.

O servidor Alberto Pereira enfatizou a necessidade de aprofundarmos os nossos debates acerca das atividades de ensino e a produção de excedentes, uma vez que a instituição deve priorizar o ensino de graduação. Relatou também que vários produtos das fazendas têm sido vendidos no empório do Campus JK.

O pró-reitor Alcino Neto relatou dos atendimentos às demandas da FCA e do plano de investimento para manter os animais e os setores em adequado funcionamento, e enfatizou os cuidados redobrados para com o setor de produção de leite, que já está em progressivo funcionamento, sob a coordenação da Profa. Roseli Aparecida.

No tocante ao quadro de pessoal, o reitor informou que realizou a remoção de ofício de alguns servidores da FCA para atender setores essenciais da alta administração, a exemplo da Diretoria de Logística e Secretaria de Processos Administrativos. Não obstante, tem buscado por meio da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) reverter os impactos negativos dessas remoções e já foram indicados novos servidores para a FCA, sem contudo restabelecer a situação original, enfatiza o reitor. Nesse contexto, o pró-reitor Moisés Augusto da Silva informou do estágio de execução do dimensionamento da força de trabalho como primeira etapa da política de gestão de pessoas e comprometeu priorizar essa demanda junto à direção da FCA.

A criação da Secretaria Geral, a exemplo da implementada pela Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas (Facsae), do Campus do Mucuri, é uma estratégia de eficiência a ser pensada para as unidades acadêmicas estruturadas na forma de departamentos, comenta o reitor Janir Soares. Essa iniciativa já foi debatida com os diretores das unidades acadêmicas, cabendo a cada uma tomar decisão que lhe melhor convier. À época, a Pró-Reitoria de Pesquisa e de Pós-Graduação (PRPPG) criou a Secretaria Geral, exatamente para desafogar as coordenações das pós-graduações junto ao respectivo curso de graduação da unidade acadêmica – isso objetiva reduzir demandas nas secretarias dos cursos de graduação, onde mormente busca-se resolver também questões administrativas das pós-graduações. Essa secretaria está funcionando há mais de seis meses e hoje não se justifica continuar levando demandas administrativas das pós-graduações para os setores da graduação envolvida com aquele programa.

É importante registrar que todos os pontos de pauta foram amplamente debatidos, sendo notado o interesse da direção em buscar soluções ouvindo todos os atores envolvidos nas decisões. Os encaminhamentos foram pela formação de Grupos de Trabalho para prosseguir com as ações em curso, envolvendo os vários setores de ensino, as quais fazem parte dos projetos integrados.

Por fim, complementado esclarecimentos, a estratégia da implantação dos “Projetos Integrados” surgiu da iniciativa de inúmeros encontros com diversos setores da FCA, DPS, SPD, Superagro, direção do ICT, coordenação do curso de Engenharia de Alimentos, Procuradoria Geral Federal (PGF), Diretoria de Convênios (DICONV), Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Proace), Pró-Reitoria de Administração (Proad) e Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan).

Os Projetos Integrados têm a finalidade de otimizar as Unidades Especiais de Ensino para ampliar as práticas, os estágios e os experimentos, de maneira que isso gere ambiente para realizar Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), projetos de pesquisa e de extensão e até mesmo dissertações de mestrado e teses de doutorado, ou seja, os estudantes estarão utilizando todos os benefícios desses ambientes, inclusive desenvolvendo iniciativas empreendedoras, envolvendo as empresas juniores, pois serão estabelecidas cadeias produtivas com agregação de valores aos produtos primários gerados nas fazendas, por meio das tecnologias da Engenharia de Alimentos e outras ideias. Dessa maneira, a produção de excedentes advinda dos projetos integrados poderá ser destinada ao restaurante universitário do Campus JK, mediante investimentos necessários para as regularizações técnicas e sanitárias.

Portanto, tem-se na UFVJM um conjunto de projetos integrados com a finalidade de recuperar indicadores de ensino, fortalecer o potencial da unidade acadêmica, o que justifica o empenho e os investimentos por parte da reitoria, concluiu o reitor Janir Alves Soares.

Despedindo dos membros da Congregação, o reitor Janir Soares, agradeceu ao presidente da Congregação da FCA, Professor Joerley Moreira, pela oportunidade do encontro, dos debates, salientou o empenho do prof. Cleuber Boari na criação da DPS e cujos trabalhos de extremo valor para a FCA e para a UFVJM estão sendo continuados pelo prof. Leonardo; também enalteceu o trabalho e o empenho do Superintendente Josimar Rodrigues e de toda a sua equipe de pessoal na gestão das Fazendas Experimentais da UFVJM; que deseja continuar investindo e valorizando o potencial da FCA, e para tanto espera contar sempre com o apoio de todos os membros do Colegiado Máximo da FCA, ficando desde já toda a equipe da reitoria à disposição para a continuidade dos trabalhos.

Por Janir Alves Soares - Reitor da UFVJM