Prêmio Confap 2023 irá premiar pesquisadores de todo o país

Assessoria de Comunicação FAPEMIG e Confap - 26-09-2023
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O Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) anunciou o lançamento do Prêmio Confap de Ciência, Tecnologia & Inovação – Johanna Döbereiner. Em sua 3ª edição, a premiação nacional tem patrocínio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).



Serão reconhecidos pesquisadores que se destacaram em pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, cujos resultados tenham contribuído para a produção de conhecimento e beneficiado direta ou indiretamente o desenvolvimento e o bem-estar das populações brasileiras. O prêmio também reconhecerá a atuação de profissionais de comunicação que, por meio do jornalismo científico, tenham contribuído para aproximar a ciência, a tecnologia e a inovação da sociedade.

Nas duas edições anteriores, 2021 e 2022, a premiação foi concedida a 30 pesquisadores(as) com atuação em diferentes áreas do conhecimento e relevantes contribuições à CT&I nacional e a 6 profissionais da comunicação dedicados à CT&I (Veja os agraciados das edições anteriores do Prêmio CONFAP de CT&I).

Minas Gerais destaca-se entre os ganhadores. Na edição de 2021, quatro pesquisadores indicados pela FAPEMIG foram premiados e um projeto desenvolvido pela agência mineira ficou em segundo lugar na categoria “Modernização Administrativa”. Leia mais aqui.

Na edição de 2022, mais quatro pesquisadores mineiros indicados pela FAPEMIG foram premiados. Na ocasião, o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da FAPEMIG, Marcelo Spezialli, comentou: “Pela segunda vez, o Estado está levando o maior número de prêmios. Isso mostra que temos altíssimo capital intelectual, capital de qualidade em Minas Gerais, e que temos que aprender a mostrá-lo mais para a sociedade científica. Temos que dar o devido valor a essa conquista, pois estamos fazendo ciência de qualidade e o resultado está aí, nesses prêmios". Leia mais aqui.

Categorias 
Na terceira edição, o prêmio contará com três categorias: Pesquisador(a) Destaque, com as subcategorias: Ciências da Vida (Ciências Biológicas, Ciências Agrárias e Ciências da Saúde); Ciências Exatas (Ciências Exatas e da Terra, Engenharias e Tecnologia); Ciências Humanas (Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas, Artes, Letras e Linguística); a categoria Pesquisador(a) Inovador(a), com as subcategorias: Inovação para o Setor Empresarial e Inovação para o Setor Público; e a categoria Profissional de Comunicação.

Com o objetivo de buscar equilíbrio entre as Unidades Federativas, a premiação é dividida em duas etapas: Estadual e Nacional. A Etapa Estadual será conduzida por cada FAP, que serão responsáveis por selecionar e indicar os primeiros colocados em cada categoria/subcategoria com base em critérios, procedimentos, eventos ou premiações próprias. Para poder fazer indicações ao Prêmio Confap de CT&I, necessariamente as FAPs deverão conduzir um processo de indicação de nomes e seleção dos candidatos à indicação. Os selecionados nas Etapas Estaduais avançarão para a Etapa Nacional.

Na Etapa Nacional, os agraciados receberão certificados de premiação, troféus e premiação financeira. Os classificados em cada categoria/subcategoria no primeiro lugar receberão R$ 10 mil, em segundo lugar R$ 6 mil e em terceiro lugar R$ 3 mil. A premiação financeira total nesta terceira edição do Prêmio Confap de CT&I é de R$114 mil. A cerimônia de premiação nacional está prevista para ser realizada em março de 2024. 

Clique aqui e acesse a íntegra do Edital nº 01/2023 – Prêmio CONFAP de Ciência, Tecnologia & Inovação – Johanna Döbereiner (3ª Edição).

Homenagem
Em cada edição, o Prêmio Confap de CT&I recebe o nome em homenagem a um pesquisador ou pesquisadora com relevantes contribuições à CT&I nacional. Na primeira edição, em 2021, o homenageado foi Francisco Romeu Landi (em memória). Na segunda edição, em 2022, a homenageada foi Odete Fátima Machado da Silveira (em memória). Nesta terceira edição, em 2023, o prêmio recebe o nome da professora e pesquisadora Johanna Liesbeth Kubelka Döbereiner (em memória).

Johanna Döbereiner nasceu em 28 de novembro de 1924, na cidade de Aussig, na antiga Tchecoslováquia. Em 1950, deixou a Europa e migrou para o Brasil, quando começou a trabalhar no antigo Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas – antecessor da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Döbereiner naturalizou-se brasileira em 1956. Tinha graduação em Agronomia pela Universidade de Munique (Alemanha), mestrado em Microbiologia do Solo, pela Universidade de Wisconsin-Madison (EUA), doutorado em Microbiologia do Solo pela Universidade da Flórida (EUA), e pós-doutorado pela Rothamsted Experimental Station (Inglaterra). Foi professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); membra da Academia Pontifícia de Ciência do Vaticano, nomeada pelo Papa Paulo VI; membra da Academia de Ciência de Nova York (EUA) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), instituição da qual chegou a ser vice-presidente, em 1995.

Pioneira em biologia do solo, Döbereiner iniciou na década de 60, um programa de pesquisas sobre os aspectos limitantes da fixação biológica de nitrogênio (FBN) em leguminosas tropicais. O programa brasileiro de melhoramento da soja, iniciado em 1964, influenciado pelas pesquisas de Johanna Döbereiner, adotou a técnica de adubação com bactérias fixadoras. A alternativa permitiu a eliminação dos adubos nitrogenados na cultura da soja, e representou uma economia anual de bilhões de dólares para o Brasil. Essa economia fez com que a soja brasileira se tornasse mais barata e competitiva comercialmente, tornando o Brasil o segundo maior produtor de soja no mundo.

Ao longo de décadas de pesquisa, Döbereiner descobriu nove espécies de bactérias fixadoras de nitrogênio, capazes de interagir com inúmeras espécies de plantas. Autora de mais de 500 trabalhos científicos, publicados em revistas nacionais e internacionais, Döbereiner foi professora e orientadora de dezenas de pesquisadores.

Por suas importantes contribuições à agronomia brasileira e mundial, em 1997, o nome de Johanna Döbereiner foi proposto pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) para o Prêmio Nobel de Química. A pesquisadora faleceu em 5 de outubro de 2000, na cidade de Seropédica/RJ, aos 75 anos.

Em 2023, a pesquisadora Johanna Döbereiner foi escolhida por aclamação pelos representantes do conjunto de 27 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) para ser homenageada no nome da 3ª edição do Prêmio CONFAP de Ciência, Tecnologia & Inovação.


(Com informações da Assessoria de Comunicação do Confap)